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Luto

Na semana anterior eu vivi e senti a perda de uma cliente. Não havia passado por essa situação anteriormente, foi a primeira vez e confesso que não foi nada confortável. Então, senti o desejo de discorrer um pouco sobre essa fase importante que todos já passaram e/ou passarão um dia.

03/08/2021 às 09h08 Atualizada em 03/08/2021 às 09h20
Por: Elis Fonsêca Cândido Rosa
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Luto

"A dor é suportável quando conseguimos acreditar que ela terá um fim e não quando fingimos que ela não existe." Allá Bozarth-Campbell

O Luto é um processo que ocorre imediatamente após a morte de uma pessoa que amamos. Inicia-se com a perda e vai até sua elaboração, quando o individuo enlutado volta, novamente, ao mundo externo. Não é possível denominar qual sentimento transcorre no luto, pois é um conjunto de sentimentos e emoções que requerem um tempo para serem assimilados, digeridos, resolvidos e que não devem serem apressados. O luto é período de recolhimento em si, uma experiência emocional profunda e individual, cada pessoa passa por essa trajetória de maneira única. A pessoa no processo de luto pode alimentar um conjunto de emoções e expressá-las de diversas formas, que nem sempre podem ser racionais, como culpa, frustração, irritabilidade, apatia, desânimo, medo, angústia e até mesmo desespero. É uma experiência dolorosa, contudo, se faz uma experiência necessária para retomada ao contato com o mundo externo (trabalho, vida afetiva e social, projetos, etc).

Cada pessoa tem seu modo de ser, de viver as experiências da vida, gerir emoções e tudo isso influencia no caminho das fases do luto até a chegada ao estágio da aceitação.

Em seu livro “Sobre a Morte e o Morrer”, Elisabeth Kluber-Ross escreveu sobre os cinco estágios do luto. Ela entrevistou pacientes e familiares, buscando compreender a sua relação com a iminência da morte e a aceitação da perda.

As 05 fases no processo do luto: 1. negação; 2. raiva; 3. barganha; 4. depressão; 5. aceitação.

Importante pontuar que segundo Kluber-Ross, autora de vários livros sobre o tema, afirma que esses estágios não são necessariamente subsequentes um do outro e podem também ser vividos ao mesmo tempo.

Fase 01 - Negação: Primeira reação diante da notícia da perda de alguém ou de uma doença terminal. Um sentimento de barreira que auxilia a pessoa a se “acostumar” com a situação exposta.

Fase 02 - Raiva: Sentimento que surge quando não é mais possível negar o fato. Há o sentimento de revolta, de ressentimento. A pessoa enlutada ou em fase terminal costuma se perguntar: “Porque ele/ ela/ comigo?”, etc.

Fase 03 - Barganha: Inicio de acordos consigo mesmo ou com relacionada à religião, relacionados a coisas que fará no futuro, na mudança de agir no mundo e mudanças do ser. Esperança de um milagre de cura divina.

Fase 04 - Depressão: Sentimentos intensos de tristeza, solidão, saudade. É uma fase que requer conversas, intervenções, apoio emocional afim de evitar uma depressão grave.

Fase 05 - Aceitação: Após a externalização dos sentimentos a tendência é que o paciente terminal aceite sua condição e contemple seu fim com mais leveza e tranquilidade. E o enlutado chega no momento em que a saudade fica mais serena, sente-se em paz e começa a ter condições de seguir e organizar sua vida.

A esperança é o sentimento mais comum a todos os estágios do luto.

Os cinco estágios do luto são necessarios para a pessoa compreender a magnitude da perda, conhecer e expressar seus sentimentos, para que possa acalmar o coração e se reencontrar com a paz. Nem todas as pessoas passam por essas fases de uma forma natural, não consegue administrar de forma equilibrada suas emoções, nesses casos é interessante que a pessoa faça Psicoterapia. O profissional especilizado, psicólogo, tem como papel auxiliar a pessoa enlutada a passar pelas fases do luto, acolhendo, orientando para que a pessoa reconheça suas capacidades internas e as utilize para chegar no objetivo da aceitação da perda e assim traçar novos planos para a vida. Dessa forma, pode-se afirmar que a Psicoterapia é uma ciência eficaz para aliviar a vivência do luto.

Não há como passar pelo processo de luto sem se conscientizar da dor da perda.

Como lidar com o luto? Vivendo, sentindo-o. Há pessoas que acreditam que não é saudável entregar-se a ele, há pessoas que acreditam que não é possível encontrar a tranquilidade interior sem passar pelas fases do luto. Existem verdades em cada pensamento. É importante lembrar que o processo do luto não é patológico, mas sim uma resposta emocional esperada em uma situação de perda. Viver o luto é necessário e um direito de toda pessoa, independente do grau de parentesco e/ou afinidade com quem partiu.

Familiares e amigos podem ser apoio nesse momento não apenas com palavras de conforto, mas com a presença solidária durante o tempo da dor. Podem oferecer manutenção da rotina doméstica, um ombro amigo, um abraço, uma escuta. É importante respeitar o tempo de cada pessoa no processo de luto, não apressem o ritmo do enlutado, não ignorem a sua dor. Seja presença!

As lágrimas precisam ser choradas; os gritos precisam ter voz; os sentimentos precisam ser externalizados, nossa condição humana pede isso e a nossa saúde mental precisa.

Valorize a vida, sempre! Valorize quem você ama, quem te ama!!!

Com carinho, Psicóloga Elis Fonsêca

(31) 99975-6192 | [email protected]

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