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Para Periard, Carta de Foz do Iguaçu reconhece poder do avanço tecnológico, “que deve ser enfrentado com instrução e qualificação”

Periard acredita que a principal resolução do Encontro Nacional foi a decisão de garantir os empregos no presente e no futuro

26/08/2024 às 11h23 Atualizada em 27/08/2024 às 00h10
Por: Renato Ilha Fonte: UGT
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Para Periard, Carta de Foz do Iguaçu reconhece poder do avanço tecnológico, “que deve ser enfrentado com instrução e qualificação”

A Carta de Foz do Iguaçu, aprovada no encerramento do Encontro Nacional dos Comerciários e Comerciárias da UGT, realizado nos dias 22 e 23 de agosto de 2024, no Eco Cataratas Hotel, em Foz do Iguaçu/PR, sintetizou o que discutiram cerca de 600 lideranças sindicais, políticas e empresariais de 19 estados e do Distrito Federal, em debates de temas pontuais, como a chegada do E-Commerce e das Novas Tecnologias, através da Quarta Revolução Industrial, do 5G, da Inteligência Artificial (IA), das Mídias Digitais, das Novas Governanças Ambiental, Social, Corporativa e das novas posturas nas áreas de Saúde e Segurança. 

O SECBHR está entre os 1.272 sindicatos filiados à central e destaque entre os 724 sindicatos e federações pertencentes ao segmento, que representam mais de três milhões de trabalhadores. O presidente nacional da UGT, Ricardo Patah, também preside o Sindicato dos Comerciários de São Paulo, a maior entidade sindical da América do Sul e uma das maiores do mundo.

Periard acredita que a principal resolução do Encontro Nacional foi a decisão de garantir os empregos no presente e no futuro, através da preparação para entender e lidar com o avanço tecnológico, que atua diretamente no perfil da economia mundial.

O momento cobra inteligência e determinação das direções sindicais, que devem assumir a tarefa de informar e debater a atualidade e as inovações que influenciam o setor”, afirma o sindicalista, que entende que esse entendimento ajuda a compreender melhor como agir diante do avanço da tecnologia, que transformou a sociedade, o consumo, a economia e o mercado de trabalho em uma década.

Administrador sindical por formação, João Periard atua como dirigente sindical comerciário no SECBHR e na UGT

A VEZ DA QUALIFICAÇÃO

A Carta de Foz de Iguaçu elege a qualificação e a requalificação profissional como ferramenta essencial, por poder apresentar um modelo para o desenvolvimento profissional de novas gerações.

No texto, o documento reconhece a inteligência artificial como realidade, que nos desafia a abrir os olhos para suas vantagens, sem perder de vista seus perigos. A capacidade da IA de executar muitas tarefas com maior eficiência que as pessoas e praticamente a um custo zero, faz dela uma ameaça aos empregos que atingirá da mesma forma trabalhadores braçais e especializados.

A IA tem o poder de alterar completamente o perfil do chamado Mundo do Trabalho, a partir do avanço da automação e do predomínio de serviços repetitivos, uma tendência que pode aprofundar a desigualdade e a pobreza.

INSTRUIR E ATUALIZAR AS LIDERANÇAS TRABALHISTAS

A UGT assume a tarefa de instruir os sindicatos filiados para a compreensão de novas linguagens e comportamentos, fazendo com que as próprias empresas treinem os trabalhadores demitidos e os empreguem em outras posições. Esse movimento será necessário em funções do setor do copmércio, onde o e-commerce já uma realidade e traz com ele novas exigências. Mesmo em lojas físicas, funções como operadoras de caixa de supermercados ou lojas já estão sendo substitídas por ferramentas tecnológicas.

A ameaça de extinção de profissões como atendentes de telemarketing, frentistas de postos de combustíveis, ou corretores de seguros, já é prevista por especialistas. O Encontro Nacional dos Comerciários e Comerciárias da UGT indicou a adoção de medidas que ajudem a montar um plano e um padrão nacional de qualificação educacional e profissional.

Na prática, estamos diante de um novo sistema de relações do trabalho que nos leva a caminhar para a construção de um Projeto de Lei (PL) que seja apreciado e aprovado pelo Congresso Nacional e que respeite o que é negociado entre as representações profissional e empresarial, mas que reconheça os instrumentos coletivos de trabalho, aprovados em assembleia pelas em decisões soberanas das categorias laborais.

Renato Ilha, jornalista (Fenaj 10.300)

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