São tantas em uma só
Que até em mim mesma chega a dar nó.
Mulher doce, por vezes amargada, mas não da vida e sim por pessoas enjoadas.
Mulher forte, mas também frágil
Às vezes lenta, noutras rápida e ágil.
Sou muitas em uma só…
Filha obediente, mãe chata, bruta e sorridente, firme e impaciente como toda a mãe é
Sou menina, sou mulher, sou muitas em uma só
Às vezes rocha, às vezes pó
Dependendo do que pede o dia
Às vezes quente, outras tão fria, que chega a dar dó do vivente
Que me toma por inocente
Pensando que sou calminha
Mal sabe das fúrias minhas,
Que sou braba e briguenta,
Já me chamaram até de rabugenta sem saber por qual razão
Sem conhecer meu coração nem os motivos das agonias.
Sou menina, sou mulher
Sou filha, mãe e avó
Sou muitas em uma só
Posso ser quem tu queira
Se pra mim tu fores também
Se tu fores meu e de mais ninguém
Terá todas numa só mulher.
De salto alto, tênis ou pés descalços, eu sou inteira
Não me queira por pedaços.
Brinco, pulo, canto e danço
Faço rimas como minha avó
Mas não se engane comigo
Porque sozinha ou acompanhada eu digo
Que sou muitas em uma só.
Desirée de Matos Mazui é professora de séries iniciais e infantil, Chefe de Cozinha, integrante de grupos de apoio às mulheres vítimas de agressão, violência e abusos domésticos | e-mail: [email protected]
Mín. 19° Máx. 29°