O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mediu a retração da atividade das empregadas domésticas no Brasil. Atuando profissionalmente, eram 6,3 milhões de trabalhadoras no último trimestre de 2019. No mesmo período de 2020, o número despencou para 4,9 milhões, em mais um efeito devastador da pandemia de covid-19, que já matou 2,8 milhões de pessoas no mundo e derrubou a economia global. As empregadas domésticas e diaristas que continuam trabalhando estão intensamente expostas à circulação do vírus, no deslocamento ou no ambiente de trabalho.
Como o trabalho doméstico é uma atividade voltada para o cuidado com a casa e com as pessoas, envolve relações interpessoais em uma casa que não é a da empregada. Em condição frágil de segurança, a doméstica pode ser a ponte para levar o vírus para dentro da própria casa e para a periferia.”
O vírus ingressou no Brasil por meio de pessoas portadoras de renda e bom padrão de vida. As vítimas decorrentes do contágio são pessoas que se contaminaram nesse contexto de extrema vulnerabilidade, fato que credencia as domésticas a figurar entre os grupos prioritários na campanha de vacinação.
MENOS TRABALHO E RENDA
A pandemia castigou o emprego de milhares de domésticas. Em muitos casos porque os patrões também foram afetados pelo desemprego e pela queda de renda, o que forçou o desligamento.
A partir de abril do ano passado, conta Nathalie, 65% dos patrões optaram pelo programa do governo federal que permite a suspensão dos contratos de trabalho, encerrado em dezembro e que deve ser reativado nos próximos dias. Outros 35% utilizaram a modalidade de redução de jornada e de salário, um tipo de ajuste necessário para adequar o trabalho doméstico à nova realidade.
Entre as trabalhadoras domésticas, as diaristas foram ainda mais sacrificadas, devido ao vínculo precário e mais simples de ser desfeito”. Invisível para o governo, a diarista não possui direito ao seguro-desemprego.
Estimativa do IBGE aponta que dois terços das domésticas informais em atividade no país, cerca de 2,5 milhões pessoas, pleitearam e receberam o auxílio-emergencial no ano passado. O número provavelmente é maior porque os dados não computam as trabalhadoras demitidas.
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