O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou no Egito, em 14/11, para participar da 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022 (COP 27). A edição de 2022 vai até o dia 18 de novembro, na cidade de Sharm El Sheikh. O atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL), não participará do evento, mas será representado pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, que chefiará a delegação brasileira. Haverá representantes da Câmara e do Senado, incluindo o presidente da Casa Alta, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Na abertura da COP27, Pacheco declarou , em 15/11, que o Brasil precisa acabar com desmatamento ilegal. Também disse acreditar que a equipe de transição pode dar bons passos nessa direção.
No governo Bolsonaro, o desmatamento aumentou em todos os biomas, diz o Relatório Anual de Desmatamento no Brasil, do MapBiomas. A área desflorestada corresponde a 42 mil km² de vegetação nativa, uma extensão equivalente ao estado do Rio de Janeiro.
Em dados absolutos, a Amazônia é o bioma com maior território afetado: 59% do total. Na sequência, aparecem o Cerrado (30%), Caatinga (7%), Mata Atlântica (1,8%), Pantanal (1,7%) e Pampa (0,1%). O estudo também mostrou que a velocidade média de desmatamento no País aumentou. “Com uma média diária de 191 novos eventos, a área de desmatamento por dia em 2021 foi de 4.536 hectares — ou 189 hectares por hora”, diz trecho do relatório.
MAIS PROTEÇÃO AMBIENTAL
Entre 180 países pesquisados, o Brasil ocupa a 55ª posição em desempenho de proteção ambiental, conforme mostra o Environmental Performance Index 2020 (EPI), índice desenvolvido pelo Centro de Política e Lei Ambiental da Universidade de Yale, em conjunto com a Rede de Informação do Centro Internacional de Ciências da Terra da Universidade de Columbia.
O primeiro lugar pertence à Dinamarca, seguida por Luxemburgo, Suíça, Reino Unido e França. Os EUA estão em 24º e a China em 120º. O EPI avalia índices como poluição do ar e ecossistemas, recursos hídricos, biodiversidade e habitat, recursos naturais produtivos, alteração no clima, água e saneamento, entre outros.
COMPROMETIMENTO
O quadro aponta a necessidade do comprometimento de toda a sociedade com a sustentabilidade de um país. Empresas sustentáveis montam suas estratégias a partir de uma concepção de mundo: atender as necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das futuras gerações de também satisfazer suas necessidades.
O desafio de aliar saúde corporativa e responsabilidade social tem se tornado central nas escolhas dos consumidores. Segundo a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 75% dos consumidores preferem investir seu dinheiro em empresas que possuem ações voltadas ao meio ambiente e que estejam engajadas em projetos sociais.
AGENDA DE LULA EM SHARM EL SHEIKH
Durante a COP-27, Lula vai participar de reuniões bilaterais com representantes da China, Estados Unidos e Alemanha, além do presidente do Banco Mundial, David Malpass. Outro pedido é do parlamentar britânico Alok Sharma, que presidiu a COP 26, realizada em Glasgow, na Escócia, no ano passado.
A agenda do presidente eleito na conferência inclui encontro com governadores da Amazônia, pronunciamento na área da ONU, além de reuniões com autoridades de outros países. O presidente eleito cumprirá a seguinte agenda:
- 16/11, às 11h, participa do evento “Carta da Amazônia – uma agenda comum para a transição climática”. Também participam os governadores Waldez Góes (PDT-AP), Gladson Cameli (PP-AC), Mauro Mendes (União Brasil-MT), Helder Barbalho (MDB-PA), Wanderlei Barbosa (Republicanos-TO) e Coronel Marcos Rocha (União Brasil-RO);
- 16/11, às 17h15, pronunciamento na área da ONU;
- 17/11, às 10h, encontro com representantes da sociedade civil brasileira, no Brazil Hub, e
- 17/11, às 15h, encontro com o Fórum Internacional dos Povos Indígenas/Fórum dos Povos sobre Mudança Climática.
Renato Ilha, jornalista (Fenaj 10.300)
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