Para comprar os itens da alimentação básica, um trabalhador na capital gaúcha precisa de R$ 768,82, ou 68,58% do salário mínimo, que está estagnado em R$ 1.212,00. No levantamento anterior, divulgado 6/09, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) colocava a cesta básica de Porto Alegre como a segunda mais cara do país no mês de agosto. Naquele período, era preciso desembolsar R$ 748,06 para comprar os 13 itens que compõem a cesta básica.
O aumento da alimentação mínima em outubro foi de 3,34%, alta de R$ 12,58, apenas em 2022. Considerando os últimos 12 meses (outubro a outubro), o aumento é um pouco menor, de 11,25%, o que não representa qualquer alento para a maioria dos trabalhadores, já que o descontrole de preços atinge todos os setores da economia e não apenas a alimentação.
Para que o trabalhador pudesse fazer frente ao descontrole inflacionário, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) calcula que o salário mínimo adequado deveria ser de R$ 6.458,86, ou 5,33 vezes maior que o piso nacional vigente, que está estagnado nos últimos quatro anos em R$ 1.212,00.
CARESTIA NOS ALIMENTOS
Dos 13 produtos que compõem o conjunto de gêneros alimentícios essenciais, oito ficaram tiveram aumento: a batata (24,70%), a banana (16,31%), o tomate (13,39%), o pão (2,06%), o açúcar (0,67%), o arroz (0,44%) o café (0,33%) e a carne (0,26%).
Outros cinco itens ficaram mais baratos: o leite (-9,69%), a manteiga (-1,72%), o feijão (-1,23%), a farinha de trigo (-0,80%) e o óleo de soja (-0,46%).
De janeiro a outubro de 2022, a cesta acumula alta de 12,58%. Dos 13 produtos pesquisados 11 registraram alta: a batata (52,21%), a banana (45,92%), o leite (37,37%), a farinha de trigo (35,78%), a manteiga (25,39%), o café (22,66%), o pão (19,02%), o arroz (6,79%), o óleo de soja (3,86%), a carne (4,50%) e o açúcar (0,67%). O feijão (-12,30%) e o tomate (-4,65%) ficaram mais baratos.
OS MAIS CAROS - Em doze meses, a cesta básica registrou aumento de 11,25%. Dez itens ficaram mais caros: a banana (64,03%), o café (37,35%), a farinha de trigo (35,78%), o leite (34,86%), a manteiga (28,15%), o pão (20,35%), a batata (14,79%), o óleo de soja (8,47%), a carne
(6,35%) e o açúcar (4,16%). O tomate (-20,10%), o feijão (-13,46%) e o arroz (-1,08%) ficaram mais baratos.
AUMENTO NACIONAL - O valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em 12 das 17 capitais onde o Dieese realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos.
Entre setembro e outubro, as altas mais expressivas ocorreram em Porto Alegre (3,34%), Campo Grande (3,17%), Vitória (3,14%), Rio de Janeiro (3,10%) e Curitiba e Goiânia (ambas com 2,59%). Já as reduções mais importantes ocorreram em algumas cidades do Norte e Nordeste: Recife (- 3,73%), Natal (-1,40%), Belém (-1,16%), Aracaju (-0,61%) e João Pessoa (-0,49%).
Porto Alegre foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 768,82), seguida por São Paulo (R$ 762,20), Florianópolis (R$ 753,82), Rio de Janeiro (R$ 736,28) e Campo Grande (R$ 733,65). Nas cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 515,51), Recife (R$ 558,40), João Pessoa (R$ 559,57) e Salvador (R$ 562,59).
Renato Ilha, jornalista (Fenaj 10.300)
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